terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

24/02/09 - Santiago - Local







Conhecer Santiago foi fácil. Os principais pontos turísticos ficam no centro, próximo do hotel e os vizitei já no primeiro dia. Hoje, peguei o Metro para ir ao Banco do Brasil ver minha conta e aproveitei para visitar outros pontos mais distante. Posteriormente fui a um tal de Funicular que nada mais é do que um elevador arcaico que nos leva até o alto de um morro e de lá peguei o Teléferico que, também deixa a desejar, comparado com o de Bariloche. Mas a vista lá de cima é bem abrangente e é possível ver grande extensäo da cidade, apesar da fumaça que paira no ar. Depois fiz uma caminhada de quase 3 horas, do Teleférico até o Hotel, passando pelo centro da cidade e entrando nas lojas. Mas pela minha roupa, os vendedores nem me däo atençäo. Eles conhecem o "päo-duro" pelo visual. O Centro da cidade lembra o centro do Rio de Janeiro. Amanhä cedo vou dar um giro de moto pela parte mais nova da cidade e depois parto rumo a Valparaíso. De lá quero ver se a viagem rende, para chegar logo ao Brasil e comer uma fejuada daquelas.

23/02/09 - Segunda - Chillán - Santiago - 265 Km


A viagem foi tranquila, com exceçäo dos pedágios que assustam, pelo valor absoluto de $ 600 pesos. Porém, na realidade, esse valor corresponde a apenas R$ 2.60. Desde Puerto Montt a ruta 5 é auto-pista e pode andar a 120 km/h. Mas ando entre 80 e 110 km. O mais difícil foi achar hotel na minha faixa de orçamento, que até ontem, estava dentro do previsto, ou seja, R$ 149.12 por dia. Aqui e em Valparaiso devo comprometer um pouco o orçamento, mas recupero na ida até o Atacama.

22/02/09 - Domingo - Nueva Tolten - Temuco - Los Angeles e Chillán - 466 km

O município de Valdívia foi o último da Patagonia, na minha subida. A Patagonia merece um comentário especial, ou melhor, sou incapaz de descrevë-la. Mesmo os navegadores registraram contradicöes. Fernäo de Magalhaes registrou: "Creio que näo há no mundo estreito mais bonito do que este" e Darwin, quando o visitou, anotou no seu diário: "Näo vi outro lugar que pareça mais árido no mundo do que esse canal entre as rochas em meio à imensa planície" . Podemos dizer que trata-se de uma regiäo cheia de exageros e contrastes. Quando descemos pelo Atläntico, na Argentina, encontramos excesso de vento, excesso de isolamento, de retas, de imensas planícies deserticas. Säo mais de dois mil quilömetros numa estrada cercada de um capim queimado de +- 30 cm de altura e nenhuma árvore. Parece que a terra foi substituída por resíduos vulcänicos e qualquer planta que tende a crescer o vento detona.
Quando subimos, pelo Oceano Pacífico, a sequidäo continua, porém, aparece os contrastes: rios (e muitos) que nascem do gelo da montanha, serpentenham, ora mansamente, nas planícies, ora nervosamente, através das fendas abertas entre as pedras das grandes montanhas. Säo rios maravilhosamente verdes, de diversas larguras. O pior é que näo se vë nenhuma lavoura irrigada, utilizando suas águas. A terra parece estéril e näo gosta de água. Certo dia, trafegando pela Ruta 40, num rípio muito alto e muita poeira, pintou uma chuvinha na minha frente. Fiquei feliz: "oba!! vai diminuir a poeira", pensei, dentro do capacete. A chuva ralinha chegou, porém ela näo infiltrou na terra e, em vez de melhorar, piorou. A água fez das pedras um sabäo e tampou os buracos.
Quando saimos da ruta 40, por Perito Moreno (Arg), e passa para o Chile, a vegetaçäo começa a crescer. Mas, somente após Colhaque e Puerto Aisén, é que ela fica exuberante. Aí já estamos dentro da cordilheira dos Andes. Quase sempre no meio, mas ora vocë passa para um lado ora para o outro. Ora vocë serpenteia subindo, ora descento, quase sempre em primeira e segunda marcha, devido ao rípio e as curvas acentuadas que, de täo fechada, näo transitam carretas. Pilotar entres essas serras é algo inexplicável.

Quanto mais se aproxima da Antartida, mas as povoaçöes, se diferenciam. Parecem que tëm vida própria; vivem alheias ao resto do mundo. Agumas tem horários diferenciados das demais. Em Cocharane, no Chile, por exemplo, as padarias abrem as nove e os supermercados ás dez da manha. Em outras, o comércio funciona das 10 as 14 e das 17 as 22 horas Uma coisa é marcante: eles vivem em funcäo do turismo e nos tratam bem. Se o turista acorda e dorme tarde, para que trabalhar?
A viagem ao Ushuaia é meio mística no meio motociclista, mas, se o companheiro quiser aproveitar bem uma viagem de 30 dias, sugiro a regiäo dos Lagos do Chile e da Argentena, conforme já escrevi aqui.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

21/02/09 - sábado - Paguipulli - Nueva Tolten - 410 km




Nesse trajeto passei por Valdívia, onde novamente encontrei o Steen. Cidade grande, que desacostumei. Gosto mais das cidade pequenas. Mas andei pelos principais pontos turisticos, inclusive na feira de peixe onde os leöes marinhos ficam aguardando restos de peixe.
A única coisa a registrar foi que mais uma vez optei por uma estrada de rípio e, dessa vez, levei um susto diferente. Sempre que vejo uma placa indicativa que pedras podem descer do morro (e näo säo poucas placas) penso: "se uma pedra cair na minha cabeca é o cúmulo da coicidëncia". Toda placa que vejo o pensamento aparece. E, dessa vez, veio mesmo. Um barranco caiu a 4 ou 5 metros na minha frente. A minha sorte foi que era barranco de terra (embora uma aclive de serra que a moto patinava para subir) e a quantidade de terra deu para a celestina passar por cima. Comemos apenas poeria do desmoronamento. Tive que abrir seu filtro de Ar e mandar assoprar. O piso por sí só já era perigoso, imagine um desabamento!. O trajeto que optei sai de Valdivia, passa por San José de La Mariquina, Mehuin, Nueva Tolten, Teodoro Schimidt e Temuco.

20/02/09 - sexta - San Martin (arg) - Panguipulli (chile) 148 km
















Após passar pela localidade de Juninde Los andes, peguei mais uns 80 km de ripio por dentro de outro parque, margeando o Vulcao Copahe, inativo. Após passar pela burocrática aduana da Argentina e da organizada aduana do Chile, cheguei a Pucón. A cidade mais bonita que já ví em toda minha vida. Casas, comércio, pracas, ruas, praias e ancoradouro, tudo muito organizado, limpo e bonito. Turista na rua e chegando, como em Caldas Novas. A praia tinha tanta gente por metro quadrado, como a praia mais famosa do Brasil. A quantidade de barcos e Jet Ski era incalculável. Na entrada já dava para ver o perfil da cidade, pelo aeroporto. Uma dezena de pequenos avioes e um jatinho encontravam-se hangariados, como um cartäo postal. Sem falar no Vulcäo Vilarrica que fica bem próximo da cidade e proporciona um explendor visual único. Näo só Pucön é bonita. Toda regiäo do lagos, tanto argentinos como Chilenos é muito bonita.

19/02/09 - Bariloche - San Martin de Los Andes - 213 km







As fotos (desfocadas) ainda säo de Bariloche. Saí tarde de lá. Tive que procurar (e achei) uma vareta para a barraca (que quebrou na montagem do dia anterior) e um suspensório para segurar minha calca. Quando crianca usava suspensório obrigado pela minha mäe. Agora, depois de velho, tenho que usar novamente. É a lei natural da vida: velho vira crianca. Para näo voltar pelo mesmo caiminho, que seria o caminho mais curto até Valdivia, resolvi dar um volta de aproximadamente 200 km para conhecer novos lugartes. Nessa volta peguei mais 80 km de rípio, que näo teria, se voltasse pelo mesmo caminho. Mas compensou. A estrada, dentro do parque, é linda. Margeada, sempre por um lago ou por um rio de um lado e uma serra de outro. Dentro do parque caiu uma grande chuva no dia anterior (e continuava a chover fino) que houve até desabamento, o qual, o pessoal estava terminando de consertar. O barro num trecho de aproximadamente 20 km era terrível, fazia fila de carros com medo de descer e ninguém subia. Dei uma "cubada" como dizia meus avós para dizer analisada, e me mandei serra abaixo. Procura uma beirada daqui outra de lá e fui descendo. Quando terminei esses 20 km, fui aplaudido com palmas e gritos pelo pessoal que esperava e trabalhava no desbarrancado. Meus dedos e meus bracos, näo aguentavam vais, mas, a felicidade, era de um jovem adolescente. Agora posso dizer que fui batizado por 3 dos 4 elementos da natureza: ar (vento); terra (rípio) e água (barro). Em Maio estarei enfrentando o calor dos países da linha do Equador (Equador, Colömbia e Venuzela), na minha viagem até o Alaska, entäo, poderei dizer que passei no teste do fogo, também. Valeu muito, principlamente porque San Martin, a cidade em que dormi, é muito charmosinha.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

18/02/09 - S. C. Bariloche - local - 120 km











Vou chegar em Morrinhos "rotando grosso": Estive em Bariloche!! Mas näo vou falar para ninguém que enfrentei uma fila de muchileiros e outros turistas (umas 20 pessoas) para comprar um sanduiche feito como os espetinhos de Morrinhos e Goiänia, ou seja, na rua. O cara que fazia era o mesmo que recebia a grana, catava as moedas que caia no chäo e pegava na carne. O avental foi lavado tanto quanto minha calca de motociclista. E mesmo assim aguardei e comi. Mas compensou. Por $ 8,00 pesos (R$ 5,50) comi um päo super cheio de churrasco. Uma delícia. Fiquei o dia todo andando pelos pontos turísticos da cidade. Amanhä sigo novamente para o Chile com destino a Valdívia. Mas para näo voltar pelo mesmo caminho vou pegar uns 100 km de rípio. Meu passaporte está mais carimbado do que cheque sem fundos. Devido a baixa velocidade da internet no camping, as fotos seräo publicadas posteriormente. Deixei de tirar muitas fotos devido a uma falha no cartäo de memória da máquina. Aqui em Bariloche comprei outro e agora tá beleza.

17/02/09 - Águas Calientes - Vila Augustura - San Carlos de Bariloche - 93 km

Perdi muito tempo com a chuva e com as Aduanas, por isso cheguei a Bariloche por volta das 15 horas. Um pequeno giro pela cidade e fui procurar local para ficar. Depois que uma pessoa viaja por essas bandas e é "muchiba" como eu, já nem procura hotel. Primeiro, porque em cidades turisticas, procurar hotel na faixa de $ 150 pesos (R$ 100) é muito difícil. Em Ushuaia uma mulher dona de um café e um motorista de taxi, riram sinicamente na minha cara. Por isso já vou logo perguntando sobre camping. Por haver muitos muchilheiros nessa regiäo, camping é o que näo falta. Aqui, em Barilochi, encontrei um, cuja estrutura ganha de muitos hoteis e residëncias que há por essas bandas (banheiro super limpo, ducha, cozinha, garagem para moto, colchäo para por dentro da barraca e até a internet que estou usando), tudo por conta da diária em torno de R$ 13,00 por pessoa. Trata-se do camping SER localizado na Colonia Suiza. A minha psicologia em relacäo a camping é a seguinte: quando armo a barraca sou turista. Alegre por estar conhecendo nova cidade, pensando no descanso e na viagem do dia seguinte. Quando vou desarmar a barraca e colocar tudo na moto novamente, a parte mais difícil, penso: Este é meu "emprego". Estou ganhando R$ 70,00 reais para desmontar essa barraca (a diferenca entre o hotel e o camping). Para um cara desempregado, trata-se de um excelente salário. Como gosto de trabalhar, fico feliz novamente.

16/02/09 - Segunda - Ensenada-Puerto Varas - Frutillar - Osorno e Aguas Caliente - 307 km

Depois do insucesso em subir ao topo do vulcäo, parti rumo a Bariloche. Nesse percurso conheci Frutillar e Osorno. Esta última é uma cidade grande e movimenta que mantem casas antigas de valor histórico misturadas com construcöes modernas. O tränsito nas maiores cidades em que passei até agora, é péssimo. Mas a sinalizacäo é boa. Eles tratam bem o turista. A chuva me acompanhou até as 17 horas, mas foi uma viagem gostosa numa autovia muito boa e com pedágio um pouco salgado por se tratar de motos. No pedaco que andei nao tem postos ao lado da rodovia e para abastecer tem que sair da pista pagando um pedágio de $ 100 pesos, agol em torno de R$ 0.50. Voltando à autopista paga-se o pedágio principal em torno de R$ 3,00 a cada 100 km. Puerto Varas passei por duas vezes, na ida e na volta. Lá, acreditem, encontrei o Steen novamente e novamente com problema com as marchas da sua moto.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

15/02/09 - Domingo - Enseada - Raulún - Cochamó - Ensenada - 127 km



Como amanheceu nublado e seguindo orientacäo de que para subir no vulcäo Osorno seria melhor após as 15 horas, resolvi ir comer um Salmäo na cidade de Cochamó e recordar as dificuldades de pilotar no rípio. Para chegar a essa cidade tem que pegar a ruta 7, com parte em cascalho.
O chileno sabe vender turismo. Onde tem uma cascata, um lago ou uma serra eles vendem como atracäo turistica. É cada fria que a o turista entra que dá pena. E säo muitos turistas. Consta no mapa que Raulím é uma cidade. Mas chegando lá encontra uma ponte grande com algumas casas alugando barco e bote. A divisa do Paranaiba em Corumbaiba dá de 10 x 0 nesse Raulim. E Marcelania, indo para Caldas Novas, ganha do Cochamó e é cheio de turista. Voltei mais cedo para subir no vulcäo, mas a chuva pegou e näo deu para sair do camping. Chuveu a noite toda e no dia 16/02 amanheceu chovendo, permitindo o acesso somente à parte que pode ir de moto e carro. O vento lá em cima era tanto que a moto patinou para sair do lugar, devido à forca do vento na sua frente. Passei medo dela tombar de tanto vendo. Nevou à noite e o frio lá em cima era intenso. A segunda foto foi tirada no dia 16/02 de manhä, ou melhor, às 12 hs.

14/02/09 - sábado - Calbuco - Ensenada - 139 km





Passei por Puerto Montt e Puerto Varas. A primeira uma cidade muito grande do porte de Anápolis. Deu muito trabalho para circular de moto. Peguei um grande engarrafamento. Almocei no Mercado Municiapal, uma bagunca como em todo mercado. Comi umas empanadas de mariscos para fortalecer. Tinha um casal com 2 filhos pequeno ao lado que disse que o negócio funciona mesmo. Comi e quero ver se o efeito dura até o Brasil. Pelo menos com relacäo à nutricao foi bom, demorei dar fome novamente. Como era cedo para acampar, fui conhecer uma suposta cidade de nome Cochamó, onde teria uma linda cascata. Nao encontrei nenhuma, nem outra. A usina do Rochedo é mais bonita que a cascata e a cidade nada mais é do que umas cabanas.
Muita gente critica os campings, principalmente as mulheres. Mas que näo gostaria de acampar com duas vistas das duas primeiras fotos? De um lado um por de sol em uma tranquila praia e de outro os últimos raios solares refletindo no vulcäo Osorno. Näo há hotel nas proximidades que propicie tais imagens. As otras fotos foram de Puerto Montt.

13/02/09 - Sexta-feira - Castro - Calbuco - 225 km




Resolvi sair da rota para conhecer uma localidade de nome Calbuco. Foi uma das maiores surpresas da viagem: encontrei numa banca, à venda, uma camisa do meu Flamengo querido. Em 45 dias de viagem näo vi camisa de nenhum time brasileiro, nem da selecäo. Fiquei muito feliz e tenho certeza que meu filho Murilo também ficará. O raciocínio é o seguinte: se tem produto à venda é porque tem consumidor. Nessa cidade demorei um pouco para passar fotos para o CD e comprar algo no supermercado. Como a noite me pegou na estrada, acampei num campo de futebol ao lado de um restaurante na estrada, cuja dona me presenteou com um päo caseiro quentinho que pesava em torno de meio quilo. Ajudou muito com minha sopa knor que esquentei no meu fugareiro. Dormi bem cheio.

12/02/09 - Quinta-feira - 0 km

Hoje foi dedicado a lavar roupa e dar banho na Celestina. Direcionei algumas horas para leitura e fiz um passeio a Cucäo, cidade ao Leste da ilha de Chiloé. Dei um giro na cidade de Castro para conhece-la melhor. Trata-se de uma cidade economicamente ativa, se muitos turistas. Aproveitei também para fazer um balanco dos meus ganhos de personalidade durante a viagem. A minha crítica maior é com relacäo ao relacionamento humano. Parece que näo valorizo as pessoas que conheco. Penso que nunca mais vou vë-las e nem pego seus contatos. Noto que outros viajantes (trailers, ciclistas e motociclistas) carregam cartöes de vista e sentem valorizados quando fornecem seus contatos. Tenho que dedicar mais tempo às pessoas estranha, como fazem meus amigos Rui Leite e Iraci Goes.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

11/02/09 - Quarta-feira - Quellon - Castro - 159 km







Até hoje já rodei 11.134 km, sendo 2.100 km de rípio (598 na Ruta 3 e adjacencias; 448 da ruta 40 e 1.054 da ruta 7 e suas ramificacöes). Agora os motociclistas que näo acreditavam na possibilidade da Shadow atravessar os trilhos de cascalho, mudaram o discurso. Dizem: "você näo cai porque coloca o pé no chäo. A nossa moto é mais alta e quando tomba, caimos" ou "o centro de gravidade dela é mais baixo que a nossa". Uma foto panaromica do navio, outra eu comendo o macarräo que a empresa serviu grátis e outra o marco zero da rodovia Pan Americana que lica Quelon no Chile ao Alaska. Com 22.000 km de extensäo. Como irei no Canadá, cirucularei grande parte dela, senäo toda.

10/02/09 - terca-feira - Chaiten - Quellón - 45 km







A cidade de Chaten me deu pena. Tem muita poeira do vulcäo que entrou em erupcäo em maio de 2008 e continua jorrando fumaca e poeira até hoje. Ainda tem carro e casa soterradas pela poeira. A energia elétrica e água näo foram restabelecidos, tendo em vista que o gorverno quer acabar com a cidade. Ele ideniza os bens das pessoas para que saiam. Por isso tem pouca coisa funcionando. Um supermercado, uma hospedaria e um posto de gasolina. A argumentacäo do governo é que a fumaca e o pó säo prejudiciais para a saúde.
A previsäo para enbarque no navio/balsa era para as 10 horas, porém devido à falta de maré, para elevar o barco, e uma carreta estragada dentro do convés, só enbarcamos a 13:30 horas, com previsäo de desembarque em Quellón às 19:00 horas. Porém por falta da maré, só desembarquei às 2 horas da madrugada. Foram 12 horas dentro do navio. Fiz amizade com diversas pessoas, inclusive alemäes. Encontrei um chileno simpático que tem a assinatura Godoi, como eu. Ao desembarcar, acompanhei dois homens que estava numa camionete e eram velejadores e acampamos na praia da cidade, sem saber onde estávamos.

09/02/09 - Segunda-feira - La Junta - Chaitén - 259 km

Como o Steen e os japoneses iam sair da minha rota, resolvi abandoná-los. Segui reto, rumo a Chaiten, e eles viraram à direita, fumo a Futaleufú. Aprendi muito com o Steen. Ele é Finlandes, naturalizado no Brasil; já viajou de bicicleta de Curitiba para Rio Grande do Sul e Curitiba a Uruguai. De moto, esta é a sua quarta viagem internacional e a segunda pela Patagönia. Ele cozinha sua sopa e prepara o café com leite, utilizando um minusculo fogäo a alccol. Com ele fiquei 3 dias sem pagar camping ou hotel e, consequentemente, sem tomar banho. A sorte é que o frio do dia näo deixa transpirar e o cansaco ajuda dormir. Em Chaiten, constatei que a balsa só sairia no dia seguinte. Comprei as passagens e fui para um camping que tem piscina de água termais como Caldas Novas. Foi uma relaxada legal.

08/02/09 - Domingo - Puerto Cisnes - La Junta - 193 km


Chegamos à Puerto Cisnes por volta do meio dia. Por ser domingo e a cidade um local de engorda de Salmäo, resolvemos enriquecer o almoco. Comemos um delicioso salmäo à manteiga, num aconchegante restaurante, com vista para o mar, por, aproximadamente, R$ 15.00. No caminho, após Puerto Cisnes, juntou-se a nós um casal de japonës (legítimo) que já viajaram um ano e meio de moto por trës continentes. Os japoneses, que iam na frente, pararam no meio do mato e nos convidaram para acampar. Sem gente e água por perto. Loucura meio exagerada para mim. Eu e o Steen, na porta do restaurante.

07/02/09 - Sabado - Vila Cerro Castilho - Puerto Cisnes - 338 km

Passamos por Coihaque, cidade bonita e movimentada onde comprei mais agasalho para o frio, Puerto Aisén e Pto Chacabuco. Por determinacäo do Steen, cujo objetivo é conhecer 100% das localidades do eixo Carreteira Astral, o acompanhei até Puerto Cisnes, a 32 km fora da minha rota. Como a noite nos pegou na estrada, dormimos numa fazenda de criacäo de ovelha, às margens de um lindo rio. No dia seguinte ganhamos sanduiche com päo e queijo da feitos na própria fazenda, após o Steen tirar fotos da família. Ele é muito simpático.
Devido à tensäo gerada pelo ripio, a articulacäo do cotovelo esquerdo doi das 6:00 às 10 horas e meu pescoco (pescosso) das 10 às 22 horas, alternando, diariamente. Porém, a paisagem compensa a dor. Circular entre a Cordilheira dos Andes, após Puerto Sisnes, é uma das coisas mais maravilhosas para quem gosta de curva e montanha. Diversos grupos de pessoas fazem um trajeto de mais de 300 km à pé, como se pagasse uma promessa, só para apreciar a paisagem mais de perto. Prometi a mim mesmo que daqui a 10 anos voltarei à Patagonia Chilena para reve-la, nem que seja de carro ou ônibus. Até lá toda ruta 7 estará asfaltada.
Quanto à dor que sinto, näo tomo analgésico, por entender que, se o cérebro, que é o detentor da vontade, deixou-a planejar e realizar essa aventura, ele, agora, tem que sofrer as consequencias recebendo, em troca, o impulso da dor.

06/02/09 - Sexta-feira - Cochrane - Vila Cerro Castilho - 338 km




A estrada para Tortel era täo ruim que meus dedos amanheceram duros; näo curvavam. Como se eu tivesse jogado volei e pegado mal na bola. Levei um susto. Porém, depois de uma massagem, voltaram a articular. Na ida para Tortel (ontem) encontrei pela quarta vez, o Steen, paranaense da moto estragada (a quinta marcha näo responde), conforme já citei em postagem anterior. Por volda das 15 horas, estava parado para descancar e arrumar as coisas da bagagem, aparece o Steen novamente. Aí ele brincou: "como estamos sempre se curzando e levei um tombo feio alí atrás, no rípio, vou acompanhá-lo". Passamos por Pto Bertrand, El engano e Ba. Murta. Dormimos na Vila Cerro Castilho, quando já era 21 horas e o dia comecava a sumir. Foram 250 km no rípio. Na foto o Steen.

05/02/09 - quinta-feira - Cochrane - Tortel - Cochrane - 250 km




De tanto ver ciclistas partindo para o sul e ouvir que a "celestina" näo rodaria na ruta 7 do Chile (Carretera Astral) resolvi percorre-la o máximo possível. Assim parti rumo ao sul até uma localidade chamada Tortel, a 125 km. Foram 250 km ida e volta, no rípio. Se existir "fin del mundo" está, com certeza, é uma. O povoado tem 7 km de ruas, todas construidas em madeira (palafitas), conforme pode ser observado nas fotos. Näo dei conta de andar nem 1 km por elas e cansei. Para näo cair no rípio vou filosofando. Toda vez de mudar de trieiro, elaboro um planejamento e penso: "náo posso errar. a manobra tem que ser firme". Outra vez faco uma analogia da moto com um casamento equilibrado financeiramente. A roda dianteira é a esposa, a traseira, o esposo, e a moto o casamento. O rípio é o dinheiro. Quase sempre a esposa ameaca sair da linha, precisa que o homem (roda traseira) injete uma potëncia moderada para que a dianteira volte à linha. Se a potëncia for exagerada a mulher tende a sair para outro lado. Porém, quando a roda traseira sai da linha, é a dianteira que a coloca na linha permanecendo, com firmeza, no caminho planejado.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

04/02/09 - quarta - Chile Chico - Cocharane (Chile) - 184 km







Hoje enfrentei mais 184 km de rípio passei por uma linda estrada ao lado do lago General Carrera, passei pelas seguinte cidades: Chile Chico, Pachinal, Mallin Grande, Pto Guadal, Ptobertrand e Cochrane. Hoje tive dois problemas: pela terceira vez os farois de milha se soltaram. Dessa vez prdeu uma porca e bambeou a outra, afetando, inclusive, o parol principal. Mas já consertei. O outro foi um grande susto. Um caminhäo atravessado na pista interrompeu o tränsito. Entäo como estou treinado no rípio fui passar pela fenda entre o caminhao e o paredäo de pedra. Nessa ousadia, näo dei conta de fazer a moto atravessar tendo em vista que ela derrapou e apagou. Assustei demais porque a subida era muito ígreme, de um lado era um precipício e do outro era a montanha. O freio dianteiro näo segurou a moto e ela näo parava de voltar. Pensei que ia bater no paredao ou no caminhäo. A sorte foi que ela tombou e näo desceu. Outra sorte foi que tinha muita gente para me ajudar a levanta-la. A Celestina só bambeou o retrovisor direito. Seguem fotos da estrada em que passei.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

03/02/09 - terca - Bajo Caracoles (arg) - Chile Chico (chile) - 198 km




Enfrentei mais 80 km de rípio da ruta 40. Foi o pior trecho da estrada. Andei numa média de 30 km por hora, com o cascalho enconstando por baixo da moto, mas näo caí. Posso me considerar um heroi. Encontrei dois brasileiros em Perito Moreno, aqui perto, que iam andar mas 800 km para desviar da ruta 40. Näo acreditaram que eu passei por ela. Dois chilenos aqui em Chile Chico queria desviar dela eu os convenci a ir. Tiraram foto de mim e da moto, para mostrar minha loucura para os outros. Agora, já que domineir a Ruta 40, vou deixa-la e pegar outra näo menos temida: a CARRETERA ASTRAL, a ruta 7 no chile. Só de terra säo uns 400 km. Quem quiser ver essa rota entre no site http://www.patagoniachile.net/. Chile Chico é uma das muitos cidades pequenas e bonitinhas que tenho passado.

02/02/09 - segunda - El Chaltén - Bajo Caracoles - 456 km


Foram 232 km sem um posto de gasolina. Tive que usar toda minha reserva de gasolina. E rodei meus primeiro 180 km de rípio da temida ruta 40. É uma viagem muito cansativa, física e mentalmente. A todo momento vocë se vë no chäo. A moto zingue zagueia mas consegui mantë-la em pé. Essa cidade aparece no mapa, mas só tem 8 casas. O dono do posto é o mesmo dono do hotel e do restaurante e o pior ele näo tem empregados. Ele mesmo atende todo a caravana de um önibus de excursäo e ainda atende a bomba de gasolina. É uma simpatia de pessoa. Disse que sou um brasileiro doido em enfrentar a ruta 40 com uma custom carregada do jeto da minha. Até tirei foto do cara. Armei a barraca ao lado do hotel dele.
Hoje a minha viagem completou 30 dias. Andei 9.466 km (média de 316 km/dia) e gastei R$ 4.912.67, R$ 412,67 acima do previsto. Numa média diária de R$ 163.76. Será difícil recuperar o orcamento, tendo em vista que no Chile as coisas säo bem mais caras que na Argentina.

01/02/09 - domingo - El Chaltén (local)







De tanto escutar as pessoas dizerem é lindo, é maravilhoso, etc, resolvi acordar cedo e partir para uma caminhada ruo ao morro Fitz Roy, logo o mais distante. Passei na padaria comprei presunto, queijo, päo, doces, agua, coloquei um tenis e as 8 hs estava eu partindo rumo ao dito morro. Aproveitei a companhia de um grupo de argentinos e comecei a subida. Logo me largaram e continuei sozinho. Foram quatro horas e meia caminhando e subindo morro. Os últimos 500 metros, quando estava com o coracäo na boca, tinha uma placa advertindo: "subida perigosa. Recomendada apenas para exploradores experientes". Pensei: "já que to aqui vou arriscar". Näo me arrependi. Näo sei se o sacrifício que promove a valorizacäo, mas a paisagem é facinante. Chegar no pé do imponente morro e ver ainda um lago täo lindo muito abaixo do pnto onde cheguei. Segue as fotos. Dois dias depois ainda estou com a panturrilha doendo.

31/01/2009 - sábado - El Calafate - El Chaltén - 282 km

Cheguei cedo à cidade e fui direto, como sempre faco, ao centro de informacöes turísticas. Me indicaram um camping legal onde encontrava alguns jovens brasileiros e o meu companheiro motociclistas curitibano Steen (aquele da moto estragada citada anteriormente). Quando descobri que todos os passeios eram à pé, através de caminhada, me deu vonte de seguir viagem. Esse tipo de passeio nä faz meu tipo.
Se näo fosse a paisagem seca nas proximadades El Chaltén seria um povoado europeu. Säo poucas construcöes encravadas entre dois paredöes de chocha superior a um prédio de 30 andares. A quantidade comercio, pousadas, hoteis, etc é igual ou maior que a quantidade de residëncias. Pessoas do mundo inteiro a procura para fazer turismo de caminhada e escalada. A metade deles é composta por jovens bonitos de ambos os sexos. O que me surpreendeu, foi que na outra metade encontra-se muitas pessoas na faixa dos 60 anos. Os jovens, normalmente, pegam suas mochilas e acampam próximos dos pontos de escalada ou caminhada.